🍹 Cerveja ou Cocktail? — Criar sem Regras com Jorge Tomé (Fermentage) | BEERiceira 2025

Gravado durante o BEERiceira 2025, este episódio do Quem Bebe Por Gosto é uma viagem pela mente criativa de Jorge Tomé, co-fundador da Fermentage, e uma das figuras mais irreverentes e inovadoras da nova geração cervejeira portuguesa.

A conversa, moderada por David Santos, um dos organizadores do festival, parte de uma pergunta simples:

E se a cerveja deixasse de ter regras?

A partir daí, segue-se um mergulho no universo das concept beers — cervejas que misturam criatividade, técnica e um toque de rebeldia.

Falamos de smoothie sours, de cocktail sours, de experiências sensoriais e de uma filosofia que vê a cerveja não apenas como uma bebida, mas como uma forma de expressão cultural.


A história da Fermentage é um manifesto criativo.

Jorge Tomé, um dos fundadores, criou o projeto com o objetivo de desafiar tudo o que se espera da cerveja artesanal. Em vez de seguir estilos, decidiu criar experiências líquidas — bebidas que partem da cerveja, mas que não se deixam limitar por ela.

Nesta conversa, Jorge explica como nasceu o conceito de “cervejas sem regras”: propostas que cruzam o mundo da cerveja com o do vinho, da gastronomia e até da mixologia.

O objetivo não é chocar, mas surpreender o paladar e despertar emoções. Na sua visão, “a cerveja é uma tela. O importante é a história que queres contar com ela.”

É essa abordagem que faz da Fermentage uma marca diferente — e que torna esta conversa uma verdadeira aula de criatividade aplicada à fermentação.


Um dos temas centrais do episódio é a ideia de cervejas que se comportam como cocktails. Não no sentido literal, mas conceptual: equilíbrio, estrutura e intenção.

Jorge fala das cocktail sours e smoothie sours como uma ponte entre o mundo da cerveja e o da mixologia. Ambas partem da acidez e da fruta — mas o que as torna únicas é a forma como são construídas em camadas de sabor, tal como um bartender monta um cocktail.

Em vez de pensar apenas em estilos, Jorge pensa em momentos: “Que sensação quero criar? Refrescante? Intensa? Doce? Ácida?”

Essa mentalidade faz com que a cerveja deixe de ser um produto técnico e passe a ser um meio artístico. E sim, ele fala de cervejas inspiradas em Piña Coladas, em Margaritas e até em Espresso Martinis — tudo feito com o rigor de um cervejeiro e a curiosidade de um barman.


Durante a conversa, surge naturalmente o tema do livro de Jorge: “The Shape of Brewing”. Mais do que um manual técnico, é uma coletânea de reflexões sobre o papel do cervejeiro moderno.

Como ele próprio explica, “o livro é uma tentativa de pôr por escrito o caos criativo que acontece na cabeça de um cervejeiro curioso.” O texto mistura filosofia, ciência e arte. Fala sobre o poder da observação, da experimentação e da intuição — qualidades que Jorge considera essenciais para quem quer inovar.

Ele não rejeita a tradição, mas recusa que ela seja uma prisão: “Respeitar a história da cerveja não significa repeti-la.”


Um dos pontos mais inspiradores da conversa é a forma como Jorge fala sobre erro e experimentação. Na Fermentage, nem todas as experiências correm bem — e isso faz parte do processo.

“Para cada cerveja incrível que lançamos, há três que nunca viram a luz do dia”, diz com um sorriso.

Mas o importante é o aprendizado cumulativo: cada falha revela algo sobre o processo, sobre o ingrediente, sobre o consumidor.

David Santos, que modera a conversa, partilha a perspetiva de quem observa o setor a partir de dentro: a importância de testar, de ouvir o público e de encontrar o ponto onde a curiosidade e o rigor se cruzam.

A conversa, em tom leve e fluido, vai revelando uma verdade essencial: o futuro da cerveja artesanal passa por aqueles que têm coragem de arriscar.


Jorge fala também sobre a dimensão performativa da cerveja. Na Fermentage, em Marvila, há noites de wrestling mensalmente, provas temáticas e eventos que desafiam a ideia de que o bar é apenas um espaço de consumo.

“Queremos que as pessoas participem, que vivam a cerveja como uma experiência.” Esta mistura de arte, cultura pop e fermentação é uma das assinaturas do projeto. E reflete algo mais profundo: a convicção de que a cerveja pode ser um veículo cultural tão legítimo quanto a gastronomia ou o vinho.

Ao longo da conversa, sente-se o entusiasmo genuíno de quem acredita que o copo é apenas o começo da história.


Este episódio mostra como o panorama da cerveja artesanal portuguesa está a evoluir. Jorge Tomé é um exemplo de uma nova geração de cervejeiros que cresceu a ver o mundo — e não tem medo de misturar referências. Ele fala de cerveja com a mesma paixão que um chef fala de ingredientes ou que um músico fala de som.

E esse é talvez o maior legado da Fermentage: mostrar que a cerveja pode ser tudo o que quisermos que ela seja.


Jorge Tomé é co-fundador da Fermentage, uma cervejeira artesanal lisboeta conhecida pelas suas concept beers, muitas delas inspiradas em cocktails e experiências sensoriais fora do comum.

É também autor do livro The Shape of Brewing, uma reflexão sobre criatividade, fermentação e o papel do cervejeiro moderno.

📚 Livro: The Shape of Brewing
📷 Instagram: @fermentagebrewpub


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